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HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA

outubro 12, 2017
Nossa Senhora Aparecida, é a forma como Nossa Senhora é carinhosamente chamada no Brasil, país do qual é padroeira. Ela é reverenciada numa estátua de Nossa Senhora da Conceição, vestida com um manto azul todo enfeitado. Ela fica exposta na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, interior do Estado de São Paulo. A festa em sua honra é celebrada no dia 12 de outubro, também dia das crianças. Este dia é feriado para os brasileiros desde 1980, quando a basílica foi consagrada por João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. A basílica de Aparecida é a segunda maior do mundo, a quarta igreja mariana que recebe mais visitas no mundo, com a incrível capacidade de receber 45 mil romeiros no seu interior.

História de Nossa Senhora aparecida

Os fatos foram registrados primeiramente pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757. Esses registros foram feitos nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, à qual pertencia a região onde a imagem foi encontrada. A imagem apareceu em outubro de 1717. E os fatos aconteceram assim:
Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, homem que detinha também o título de Conde de Assumar, passava por Guaratinguetá, SP, quando viajava para Vila Rica, MG. A população organizou uma festa para receber o conde de Assumar. Para prepararem a comida, pescadores foram para o rio Paraíba com a difícil missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida.

Devoção a Nossa Senhora Aparecida

A imagem ficou na casa de Filipe Pedroso por 15 anos. Ali, os amigos e vizinhos se encontravam para rezar à Nossa Senhora da Conceição. Graças e mais graças começaram a acontecer e a história se espalhava Brasil afora. Por várias vezes, à noite, ao rezarem junto à imagem, as pessoas viam que as luzes se apagavam e depois acendiam misteriosamente. Então, todo o povo da vizinhança passou a rezar aos pés da imagem. Construíram um pequeno oratório em Itaguaçu, que em pouco tempo já não comportava o grande número de fieis que para lá acorria.

Primeira Capela

O vigário da cidade de Guaratinguetá resolveu construir uma capela no morro dos Coqueiros. As obras terminaram em julho de 1745. O filho de Filipe Pedroso ajudou a construir essa capela. No dia 20 de abril de 1822, o imperador Dom Pedro I, juntamente com uma grande comitiva, fizeram uma visita à capela para homenagear a imagem milagrosa da Senhora de Aparecida, como também é conhecida.
A quantidade de pessoas e romeiros que visitavam a imagem aumentava a cada dia. Por isso, em 1834, deram início às obras da igreja que é conhecida hoje como Basílica Velha. Ela era bem maior que a capela e foi consagrada no dia 8 de dezembro do ano de 1888.

Coroa e Manto de Nossa Senhora Aparecida

Em sua segunda visita à basílica, feita no dia 6 de novembro de 1888, a Princesa Isabel ofereceu à santa uma bela coroa feita de ouro, enfeitada com rubis e diamantes. Era o cumprimento da promessa feita 20 anos antes, na primeira visita feita à imagem.

Missionários Redentoristas

Os Missionários Redentoristas, congregação de origem italiana, chegaram a Aparecida em outubro de 1894. Eram padres, religiosos e irmãos que se dedicavam ao trabalho de atender a todos os romeiros que chegavam para rezar e cumprir suas promessas a Nossa Senhora Aparecida.

Coroação e favores

A imagem foi solenemente coroada – com a coroa que a Princesa Isabel doou – em 8 de setembro de 1904. A imagem passou a ser apresentada, então, com o manto azul anil, bordado com ouro e pedras preciosas. A celebração foi presidida por Dom José Camargo Barros. Estavam presentes o Núncio Apostólico, vários bispos, o senhor Rodrigues Alves, então Presidente da República, e grande multidão. Após este fato, o Santo Padre concedeu ao Santuário de Aparecida outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida e indulgências para os romeiros em peregrinação ao Santuário.

A BASÍLICA E A CIDADE

Em 29 de abril de 1908, a igreja passou a ser chamada de Basílica Menor e sua sagração se deu no dia 5 de setembro de 1909. Para a solenidade o Papa Pio X enviou, de Roma, relíquias de São Vicente Mártir. No dia 17 de dezembro de 1928, a vila que crescera em volta da Basílica e que pertencia ao município de Guaratinguetá, fica independente, tornando-se o município de Aparecida do Norte. Hoje, a cidade se chama Aparecida.

Nossa Senhora Aparecida, Rainha e padroeira do Brasil

Papa Pio XI decreta Nossa Senhora da Conceição Aparecida como Rainha e Padroeira do Brasil no dia 16 de julho de 1930. A Lei Federal nº 6.802 (30/06/1980) decreta oficialmente o dia 12 de outubro como feriado nacional, dia de devoção à santa. Esta Lei Federal também reconhece Maria como sendo a protetora do Brasil.

Rosa de Ouro

Em 1967, na festa de 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a Rosa de Ouro, gesto repetido pelo Papa Bento XVI, que ofereceu outra Rosa, em 2007, por ocasião de sua Viagem Apostólica ao país, reconhecendo a importância da devoção a Nossa Senhora Aparecida e do Santuário de Aparecida para o Brasil.

Nova Basílica

O fenômeno de Aparecida é impressionante. O número de romeiros cresce, cresce, cresce. Milhares de graças e milagres são relatados ano após ano. Por isso, uma nova basílica, bem maior, começou a ser construída em 1955 para acolher o numeroso fluxo de romeiros vindos de todo o país. Benedito Calixto, o arquiteto responsável pela obra, idealizou um edifício no formato da cruz grega. A igreja tem 168m de largura por 173m de comprimento. Suas naves chegam a 40m de altura e a cúpula central alcança 70m de pé direito. É uma obra impressionante. No dia 4 de julho de 1980, numa celebração eucarística solenemente conduzida pelo Papa João Paulo II, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida foi finalmente consagrada. O santuário de Aparecida é a maior basílica do mundo dedicada à Maria Mãe de Deus.

Oração a Nossa Senhora Aparecida

Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida. Mãe de meu Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores, Refúgio e Consolação dos aflitos e atribulados, ó Virgem Santíssima; cheia de poder e bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos em todas as necessidades. Lembrai-vos, clementíssima Mãe Aparecida, que não se consta que de todos os que têm a vós recorrido, invocado vosso santíssimo nome e implorado vossa singular proteção, fosse por vós algum abandonado.  Animado com esta confiança a vós recorro: tomo-vos de hoje para sempre por minha Mãe, minha protetora, minha consolação e guia, minha esperança e minha luz na hora da morte.  Assim pois, Senhora, livrai-me de tudo o que possa ofender-vos e a vosso Filho meu Redentor e Senhor Jesus Cristo. Virgem bendita, preservai este vosso indigno servo, esta casa e seus habitantes, da peste, fome, guerra, raios, tempestades e outros perigos e males que nos possam flagelar. Soberana Senhora, dignai-vos dirigir-nos em todos os negócios espirituais e temporais; livrai-nos da tentação do demônio, para que, trilhando o caminho da virtude, pelos merecimentos da vossa puríssima Virgindade e do preciosíssimo Sangue de vosso Filho, vos possamos ver, amar e gozar na eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

Diocese de Bonfim realiza a 38ª Missão da Terra no distrito de Igara

setembro 11, 2017

No dia 17 de setembro, o distrito de Igara, do município de Senhor do Bonfim (BA), será palco da 38ª Missão da Terra, da Diocese de Bonfim. A Missão traz o tema “Vida e Morte na Caatinga: enquanto o Ser Humano destrói, Deus ressuscita!”; e o lema: “Cultivar e guardar a criação é nossa responsabilidade” (Gn 2,15).

A mobilização pretende dar visibilidade aos sofrimentos, às resistências e às lutas das comunidades tradicionais, sem-terra, lavradores e lavradoras, por meio de testemunhos das mulheres e homens do campo e com apoio da cidade, além de fortalecer a organização dos movimentos sociais de luta pela reforma agrária, pela defesa de seus territórios e por políticas públicas que respondam às necessidades de direitos dos camponeses e camponesas.

Uma das metas da Missão da Terra, é “reafirmar o compromisso com a luta pela permanência e convivência na terra, buscando reconstruir a relação fraterna com a natureza, por meio da agroecologia e da busca de alternativas que não destruam a natureza, e responsabilizar as grandes empresas do agronegócio e da mineração pelos atentados à vida dos biomas e dos povos do semiárido, perpetrados em nome do lucro e de uma concepção tragicamente equivocada do desenvolvimento; do estado pela subserviência à hegemonia do grande capital, em detrimento à justiça e ao bem comum”.

Em todo o território da Diocese de Bonfim, além da seca prolongada nos últimos anos, algumas ações estão contribuindo para a destruição deste bioma, como: queimadas criminosas, desmatamentos, ações degradantes de proprietários de terra, empresas mineradoras, eólicas e do agronegócio, crescente uso de agrotóxicos, contaminação e poluição de rios e mananciais, destruição de nascentes, perfuração indiscriminada de poços artesianos, entre outros. São ações que sugam os lençóis freáticos, devastam a Caatinga e as serras guardiãs de nossas nascentes e da grande biodiversidade de nossa região.

Os problemas não serão resolvidos se as pessoas não compreenderem outro modo de vida entre nós e a inter-relação com a natureza. Precisamos aprender a conviver com a Caatinga e não mais “combater a seca”. Para isso são necessárias ações concretas apropriadas ao bioma, com políticas públicas adequadas, que implementem programas e projetos para a proteção, preservação ambiental e recuperação de áreas degradadas. O que só terá sucesso se acompanhado de processos de educação socioambiental com as comunidades e em todas as escolas. Só assim será possível garantir a sustentabilidade dos ecossistemas catingueiros e a vida digna para todos os que neles habitam.

Algumas destas políticas e práticas já existem e comprovam sua importância. Exemplo disso, são as cisternas de placas para água de consumo familiar e de produção, entre outras tecnologias voltadas a captação e armazenamento da água das chuvas, fruto da organização das comunidades e movimentos, que precisam ser fortalecidas e expandidas. Além deste, também tem os projetos de leis municipais voltadas para a preservação da Caatinga e do patrimônio público. Outro ponto importante, é a regularização dos territórios das Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, protetoras da Caatinga e do seu modo de viver apropriado ao sertão.

Programação 

A 38ª Missão da Terra terá incício com a concentração dos romeiros e romeiras em frente ao restaurante Dois Irmãos, na BA 220, às 8 horas. De lá, seguem em caminhada com três paradas, passando pelo Rio Itapicuru e ruas da Igara, refletindo os temas:  bioma Caatinga geme em dores de parto; a ganância da humanidade destrói a natureza; e, do ventre da mãe terra, nasce o pão. À tarde, das 13h às 15h30min, terá o momento cultural, com apresentação de músicas, poesias, exposição de material das entidades e confissões, finalizando com a celebração da Santa Missa e envio dos romeiros(as) às suas casas.

Origem

A Missão da Terra iniciou-se junto com a romaria que acontecia todos os anos em Monte Santo (BA), quando a luta pela terra, sobretudo por causa da grilagem, se espalhou por todos os municípios da diocese. Nesta hora foi constatado que era preciso apoiar esta luta. Mais tarde, a Missão da Terra foi realizada para dar apoio às comunidades camponesas ameaçadas por latifundiários e grileiros. Só depois sentiu-se a necessidade de envolver a cidade para fortalecer a luta, tratando-se de um bem que era para todos.

Com isso, a Igreja da Diocese de Bonfim firmava sua opção pela justiça e pelos pobres, guiada por Dom Jairo, com seu jeito simples de viver, de vestir, sem insígnias que o distinguisse do povo. As Missões da Terra se tornaram a grande festa da família diocesana, constituído no momento em que todos entravam na luta por terra, água, distribuição dos bens, pelos direitos de todos e se comprometiam, com a participação, cantando, rezando e clamando por justiça.

Antonio Célio/ Equipe Centro Norte – CPT Bahia

Contato: (74) 3541 46 81/ (74) 91351901
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