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Cientistas chineses conseguem reviver cérebro de porco

outubro 27, 2024


Pesquisadores chineses revitalizaram cérebros de porcos aproximadamente uma hora após a morte dos animais. Em uma pesquisa inovadora, a equipe da Guangdong Provincial International Cooperation Base of Science and Technology empregou uma técnica que restaura atividades cerebrais em cérebros mortos, com possíveis aplicações futuras para humanos, especialmente em casos de parada cardíaca.

A técnica consiste em combinar um fígado saudável com um sistema de suporte de vida modificado que simula funções corporais essenciais, mantendo o cérebro ativo por um período prolongado. No experimento, cérebros de porcos foram removidos dos corpos e deixados fora do sistema circulatório por até 50 minutos antes de serem conectados ao sistema de suporte. Ao ativar, os cérebros exibiram sinais de atividade cerebral, incluindo ondas alfa e beta, indicativas de funções cognitivas.

Os cientistas observaram que cérebros conectados ao suporte com fígado saudável apresentaram uma recuperação cerebral mais duradoura e consistente, com atividade registrada por até seis horas. Em comparação, cérebros sem o fígado no circuito mostraram sinais de atividade por apenas três a quatro horas.

De acordo com a pesquisa, o fígado atua gerando corpos cetônicos, moléculas que funcionam como fonte de energia adicional ao cérebro e ajudam a prevenir danos. A técnica, apontam os pesquisadores, poderia ter significativas implicações no tratamento de humanos, considerando que pacientes de parada cardíaca comumente sofrem lesões cerebrais irreversíveis pela ausência de oxigênio.

Fonte: MSN

Indigenista, Que Deixou O País Para Não Morrer Revela, ‘A Abin Foi Na Funai Atrás De Mim’,

junho 16, 2022
Após denunciar crimes cometidos contra povos indígenas no Maranhão, Ricardo Henrique Rao pediu asilo diplomático na Noruega, em 2019.

No dia 25 de novembro de 2019, Ricardo Henrique Rao, indigenista especializado da Fundação Nacional do Índio (Funai), entregou à Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara dos Deputados, um documento intitulado “Atuação miliciana conectada ao crime organizado madeireiro, ao narcotráfico e a homicídios cometidos contra os povos indígenas do Maranhão – Um breve dossiê”. O dossiê denunciou o envolvimento de policiais militares e civis em crimes praticados contra a população indígena da Amazônia Oriental, no estado do Maranhão. Após entregar o dossiê, avaliando estar marcado para morrer, Ricardo Rao solicitou asilo diplomático a Noruega, a partir de contatos que havia estabelecido com povos originários daquele país.

Começava para Ricardo um exílio involuntário que ainda não terminou. Após dois anos com asilo temporário, o indigenista foi para Roma, onde está ajudando a articular uma campanha para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro pela morte de cidadãos brasileiros que também têm cidadania italiana, durante a pandemia de covid-19, inspirado em uma jurisprudência construída em processos contra militares acusados de crimes cometidos nos marcos da Operação Condor, durante a ditadura. Em entrevista ao Sul21, Ricardo Rao fala sobre seu trabalho como indigenista na Funai, sobre os crimes que denunciou e sobre o ambiente instaurado no trabalho da Fundação a partir do governo Bolsonaro. “Para quem tem perfil combativo e idealista, é uma situação de acosso permanente”, resume.

No dia 25 de novembro de 2019, Ricardo Henrique Rao, indigenista especializado da Fundação Nacional do Índio (Funai), entregou à Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara dos Deputados, um documento intitulado “Atuação miliciana conectada ao crime organizado madeireiro, ao narcotráfico e a homicídios cometidos contra os povos indígenas do Maranhão – Um breve dossiê”. O dossiê denunciou o envolvimento de policiais militares e civis em crimes praticados contra a população indígena da Amazônia Oriental, no estado do Maranhão. Após entregar o dossiê, avaliando estar marcado para morrer, Ricardo Rao solicitou asilo diplomático a Noruega, a partir de contatos que havia estabelecido com povos originários daquele país.

Começava para Ricardo um exílio involuntário que ainda não terminou. Após dois anos com asilo temporário, o indigenista foi para Roma, onde está ajudando a articular uma campanha para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro pela morte de cidadãos brasileiros que também têm cidadania italiana, durante a pandemia de covid-19, inspirado em uma jurisprudência construída em processos contra militares acusados de crimes cometidos nos marcos da Operação Condor, durante a ditadura. Em entrevista ao Sul21, Ricardo Rao fala sobre seu trabalho como indigenista na Funai, sobre os crimes que denunciou e sobre o ambiente instaurado no trabalho da Fundação a partir do governo Bolsonaro. “Para quem tem perfil combativo e idealista, é uma situação de acosso permanente”, resume.

Ele também lembra do trabalho do indigenista Bruno Pereira, com quem chegou a trabalhar: “Era um modelo para todos nós indigenistas idealistas. O Bruno é um exemplo disso que estou te falando. Era 24 horas dedicado ao indigenismo. O Bruno pediu essa licença para se preservar do assédio laboral que iam arrumar pra cima dele. Ele ia acabar sendo demitido e por isso pediu a licença. Eu também tentei pedir essa licença, mas ela me foi negada porque queriam que eu ficasse lá perto dos milicianos que eu tinha denunciado para me ver morto”.

Sul21: Como começaram os problemas em seu trabalho como indigenista no Maranhão que acabaram culminando com um pedido de asilo diplomático para o governo da Noruega e sua saída forçada do Brasil?

Ricardo Rao: As coisas começaram a piorar desde o início do governo Temer. Com o governo Bolsonaro, tudo só foi se agravando. No meu caso, a situação começou a se agravar com a apreensão de uma moto. Na logística dos acampamentos de madeireiras sempre tem que ter uma moto que faz deslocamentos de pequena distância para pegar munição, água e alimentos para os madeireiros que estão lá cometendo crime ambiental. E eu apreendi uma moto dessas. Essa moto pertencia a um sujeito chamado Lauro Mineiro, envolvido com crimes ambientais. Dois ou três dias depois, o subcomandante do batalhão da PM de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, com cerca de 300 mil habitantes, invadiu a minha sala querendo a moto de volta. A partir daí eu vi que a situação tinha mudado. Antes não acontecia isso. Na verdade, a PM sempre nos prestou um apoio relutante, mas apoiava. A gente não confiava muito. Era só pela presença deles.

Essa tentativa de extorsão não deu resultado. Assim que ele saiu da minha sala, eu fui para a aldeia e destruí a moto, dentro da lei. A gente pode fazer a apreensão ou a destruição. A lei permite ambos. O protocolo do Ibama e de outros companheiros da Funai mesmo é sempre a destruição imediata porque aí a gente já se livra do risco de os criminosos nos atacarem para recuperar o bem. Neste caso, eu tive o entendimento que o estado de direito e o império da lei já não vigoravam no Brasil.

Esse mesmo oficial da Polícia Militar tinha um contato muito estreito com um Procurador da República que fiscalizava a nossa atuação lá. A Funai, como um órgão federal, está sujeita a um grau de controle externo por parte do Ministério Público Federal. Esse procurador, por ingenuidade ou por opção ideológica, também passou a praticar assédio contra nossa atuação.

Outro evento da maior gravidade que me convenceu de que a situação estava especialmente perigosa foi o envio de um destacamento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Funai, em 2019. Quando a gente viu isso? A Abin foi na Funai atrás de mim. Na hora pensei, isso aí virou a Gestapo agora? Um dia depois da Abin ter ido na Fundação Nacional do Índio, na rua Simplício Moreira, no centro de Imperatriz, a Funai abriu um processo administrativo-disciplinar contra mim, com uma acusação absurda. Eu percebi que a situação estava ficando muito complicada.

Sul21: Qual foi a acusação?

Ricardo Rao: Salvo engano, foi por conta de uma discussão que eu tive com um servidor, que sabotou uma missão na qual eu estava envolvido. Eu tive uma altercação com ele, mas foi tudo documentado e não foi cometido nenhum delito. Eles aproveitaram essa altercação para abrir esse procedimento. Teriam aproveitado qualquer outra coisa para abrir um procedimento punitivo contra mim. É somar dois e dois. Num dia veio a Abin, no dia seguinte tem um processo deste tipo. Para mim há um nexo muito claro.

Sul21: E aí você foi punido…

Ricardo Rao: Não, não fui punido porque depois da morte do Paulino eu preparei um dossiê e decidi sair do país. Eu sabia, depois de cinco anos lá, que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal do Maranhão estavam completamente contaminados. Eu sempre preparei denúncias muito substanciosas. Nunca vi nenhuma prosperar.

Sul21: Como foi esse episódio da morte do Paulino?

Ricardo Rao: O Paulo Paulino Guajajara, apelidado de Lobo Mau, foi morto em missão de vigilância dentro da Terra Indígena Arariboia. Era um guardião da floresta muito efetivo e eficaz e um bom amigo meu. Ele era vítima de um lawfare muito grande. Como advogado, eu acompanhei vários processos falsos contra ele. Fui advogado dele e acompanhei um desses procedimentos. O Paulino foi morto num confronto lá no interior da terra indígena. Segundo a Polícia Federal, o caso já está esclarecido. Eu não acredito. Dias antes, o Paulino tinha me falado sobre uma plantação de maconha muito grande que estava sendo financiada com a participação de um “polícia lá do Rio de Janeiro”, como ele me disse. Na hora, já pensei que tinha milícia no meio. Poucos dias depois, eu fui levar uns indígenas para serem ouvidos numa delegacia de polícia da região, quando conheci um investigador chamado de Carioca. Eu associei as coisas. Pouco depois disso, o Paulino foi morto e o Laércio, primo dele, foi baleado. O Laércio sobreviveu.

Depois da morte do Paulino eu sabia que seria o próximo. Esse Carioca já tinha me dito (usou um termo obsceno que não vou repetir) que “aqui namoradinho de índio morre cedo”. Então eu preparei um dossiê relatando todos esses atos criminosos e encaminhei para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, na época presidida por um deputado do PT que era padre (não lembro o nome agora). Até onde eu sei, não fizeram nada. Tentei protocolar no gabinete do Tulio Gadelha, mas não tive sucesso. Eu sabia que ia vazar porque sempre vaza e que, a partir daquele momento, a minha vida ia valer muito pouco. Por conta disso, eu me desloquei até a Noruega onde eu tinha contatos com os povos tribais de lá. Eu havia feito contato com alguns líderes deles durante a Olimpíada Universal dos Povos Indígenas, que ocorreu em Palmas, durante o governo Dilma. Quando a gente olha para o passado vê que dias legais já tivemos. Eu fiz contato e eles me disseram que iriam me ajudar a conseguir asilo na Noruega, o que acabou acontecendo.

Sul21: Houve um pedido formal, então, de asilo diplomático na Noruega?

Ricardo Rao: Sim, houve. E aqui quero agradecer ao deputado Orlando Silva, que intercedeu por mim junto às autoridades norueguesas, a Sonia Guajajara, que também intercedeu por mim, e à doutora Diana Franco, uma promotora de Justiça. Se não tivesse havido um pedido formal eu não teria contado com tanta proteção por parte do governo norueguês.


O indigenista denunciou, entre outras coisas, a exploração ilegal de madeira em terras indígenas (Arquivo pessoal).

Sul21: Então, você saiu do Brasil em 2019 e não conseguiu voltar mais…

Ricardo Rao: Sim. agora eu estou em Roma. Em 2019, eu consegui asilo provisório na Noruega, onde fiquei até março deste ano. O meu advogado me advertiu que, como eu tenho cidadania italiana, era certo que o governo norueguês não iria me conceder o asilo definitivo. Ele me disse que, se eu quisesse, podia ir empurrando essa situação e ficando na Noruega. Eu venho de uma faculdade de Direito que é uma espécie de “Khmer Vermelho” dos cursos jurídicos do país, a Unesp Franca. Estou sempre em contato com meus companheiros de lá, colegas, professores, juízes e promotores. Nós quebramos a cabeça para arrumar uma maneira de tentar buscar justiça e dar uma resposta jurídica aos crimes reiterados de Jair Bolsonaro. Uma das ideias que nos ocorreu é o que eu vim fazer aqui em Roma.

No genocídio da covid, patrocinado e executado pelo Bolsonaro, pelo Pazuello, pelas Forças Armadas que ficaram fabricando cloroquina, entre as vítimas fatais há um número, que estimamos na casa das centenas, de brasileiros e brasileiras que também tinham cidadania italiana. Esses mortos estão sujeitos à proteção das leis italianas. Já existe jurisprudência neste sentido, como é o caso do coronel Áttila Rohrsetzer, que matou um cidadão italiano na Operação Condor. Nós vamos utilizar essa jurisprudência, que serviu para condenar esse coronel, para condenar Jair Bolsonaro, Pazuello, coronel Elcio, Eduardo Ramos e outros. Assim, considerando que eu não poderia adquirir o status de asilado definitivo na Noruega, vim para Roma para tocar essa iniciativa. E faço aqui um apelo aos gaúchos que lerem essa entrevista. Sei que tem muitos italianos aí. Estamos precisando de pessoas que perderam familiares ou amigos, com cidadania italiana, que se disponham a participar dessa ação identificando essas pessoas para nós. Quem perdeu um nonno ou uma nonna e não se conforma com essa morte evitável, nos ajude a identificar vítimas para que a gente possa tomar as medidas necessárias aqui na Itália.

Estamos aqui lutando com a maior dificuldade. Estou morando numa ocupação aqui em Roma graças a uma articulação feita por companheiros sem teto. Na Noruega, eu tinha um apoio estatal muito forte, tinha casa, comida, internet e um salário. Eles não me permitiam trabalhar. Aqui eu não tenho nada disso. A Nadir Paulino, enfermeira da Funai, minha mãe, que tem uma pensãozinha desse tamanho, está convertendo metade dela em euro e mandando pra mim. Não estou reclamando, não. Mesmo com toda essa dificuldade, nós já conseguimos identificar uma vítima. Mas só uma vítima não vai comover o procurador da Vara Penal daqui. Eu tenho informação de que toda a família Bolsonaro está tirando passaporte. Eles acham que depois disso tudo eles vão pegar um sacão de dinheiro e vir pra cá viver “la dolce vita”. Não vão. E, no que depender da nossa ação, “la dolce vita” com a qual estão delirando vai ser “molto amara”.

Sul21: Pelo que você vem conseguindo acompanhar, qual a situação vivida hoje pelos servidores da Funai, sob o governo Bolsonaro?

Ricardo Rao: Para quem tem perfil combativo e idealista, é uma situação de acosso permanente. A Funai sempre foi dividida. Quem escreveu sobre isso com muita propriedade foi o Marcio Meira, responsável pela reestruturação da Funai e presidente da Fundação durante cinco anos, o que é uma raridade. Ele conseguiu dar uma continuidade administrativa e disse que não conseguiu fazer mais porque a Funai é um órgão faccionado. Há grupos internos que se digladiam constantemente. Sempre tivemos, desde os tempos do Rondon. Temos, por exemplo, aqueles que entram no serviço público não para servir ao público, mas para servir a si mesmo. Eles representam um perfil tremendamente maléfico. Esse pessoal está soltando rojão no atual governo. Eu vi com os meus olhos servidor da Funai falando que “índio não presta” e coisas do tipo. Esse tipo de servidor e aqueles ainda do tempo da ditadura estão muito bem. Estão recebendo sem precisar trabalhar.

Essa banda podre está aproveitando para abrir um monte de procedimentos administrativos disciplinares contra nós, que somos da banda rondoniana. Olha o trabalho do Bruno, que coisa linda. Morrer, se preciso for. Nada mais Rondon que isso.

Sul21: Você conheceu o Bruno Pereira?

Ricardo Rao: Sim, eu conheci o Bruno. Entramos juntos no mesmo concurso, fiz o treinamento com ele e estivemos juntos em uma ou duas missões. Tinha o perfil rondoniano clássico. Era um modelo para todos nós indigenistas idealistas. O Bruno é um exemplo disso que estou te falando. Ele não saiu da Funai porque foi exonerado a mando desse Sergio Moro, que deu a ordem para destituí-lo da sua função de coordenador geral de índios isolados. Ele foi destituído da função, mas seguiu com o cargo do concurso dele que era agente em indigenismo. Eu ficava pensando como é que um cara tão capacitado como o Bruno não era indigenista especializado, como um cara burro como eu acabei me tornando. Depois me dei conta que isso foi pela dedicação dele. Ele não tinha tempo nenhum. Era 24 horas dedicado ao indigenismo. O Bruno pediu essa licença para se preservar do assédio laboral que iam arrumar pra cima dele. Ele ia acabar sendo demitido e por isso pediu a licença. Eu também tentei pedir essa licença, mas ela me foi negada porque queriam que eu ficasse lá perto dos milicianos que eu tinha denunciado para me ver morto.

Sul21: O desaparecimento dele e de Dom Phillips está repercutindo muito aí na Itália também?

Ricardo Rao: Sim, muito. Daqui a pouco, inclusive, vou dar uma entrevista para uma televisão italiana sobre isso. Não sejamos ingênuos, né, aqui o nome do Bruno sempre vem em segundo lugar. Em primeiro vem o do Dom. Mas esse é um mal que vem para o bem. Isso serviu para mostrar ao mundo quem é Jair Bolsonaro e quem é o Exército brasileiro. Achei uma grande indignidade uma declaração do Mourão que ouvi ontem. O homem é general do Exército, a origem dele é o Batalhão de Infantaria da Selva e ele vem dizer que “lá é perigoso mesmo”. Mas pra que esse senhor recebe seu salário? Se é perigoso, faça o seu trabalho e torne aquela região segura. Esse governo serviu para que enxergássemos o grau de decomposição das Forças Armadas. É o império da mamata e da inépcia.

Sul21: Como está a tua situação legal hoje dentro da Funai?

Ricardo Rao: Eu fui criminosamente exonerado. Cabe destacar aqui um detalhe do direito administrativo. Você só pode exonerar um servidor público da função dele, não pode exonerar do cargo. Eu sou indigenista especializado. Para a Funai se livrar de mim, só tem um jeito: me demitindo. E eles só podem me demitir se eu fizer alguma coisa muito grave e depois de um processo disciplinar. Assim que me concederam o asilo diplomático, a Funai cortou meus vencimentos. Era para eu ter continuado não recebendo tudo, mas o básico sim. Foi até bom

que tenham cortado. Acho antiético isso. Como ia ser muito trabalhoso pra eles encontrar uma razão para me demitir, eles retornaram ao meu estágio probatório. Como disse, eles podem exonerar um servidor de sua função ou durante o estágio probatório, que são os três primeiros anos em que você trabalha. Quando eu saí do Brasil, eu já tinha dez anos de Funai. Eles arrumaram um erro formal no meu estágio probatório, lá em 2015, e a partir daí eu fui exonerado e condenado a devolver todos os meus salários e diárias que recebi depois do meu estágio probatório, no qual fui aprovado com nota máxima. Eu tenho elogios de todas as coordenadorias regionais por onde passei. Fui nomeado para três cargos de chefia.

Então, do ponto de vista formal, eu me encontro na condição de exonerado por não ter superado meu estágio probatório, uma decisão tão esdrúxula que eu nem me preocupo com ela. Advogados e juízes já me garantiram que é uma decisão tão absurda que conseguiremos uma liminar contra ela facilmente quando eu retornar ao Brasil.

Sul21: Você pretende voltar ao Brasil e voltar a trabalhar na Funai?

Ricardo Rao: Claro, pretendo sim. Não sou emigrante, não. Só não sei quando. O futuro é um grande ponto de interrogação. Esses criminosos estão empoderados. Toda a estrutura do Estado está infiltrada. Com a vitória do Lula, ele vai ganhar o governo, mas a gente precisa saber como será para ele ganhar o Estado. O Supremo Tribunal Federal deu ordem para não se invadir favela. Eles invadem todo dia, matam e ainda falam: “E aí, Supremo?” Nós não estamos vivendo no império da lei. Eu afrontei diretamente esse grupo político criminoso. Não sei quanto tempo vai levar para ser seguro o meu retorno. Na verdade, eu não sei se vai ser seguro o meu retorno. Eu estava conversando com a deputada Maria Dantas e ela me disse que vai demorar muito tempo.

É com um pesar muito grande que eu vejo o que está acontecendo no nosso país. Para mim, o Brasil está parecendo a Espanha no período pré-guerra civil.

Bento XVI acobertou pedofilia na Alemanha, diz relatório

janeiro 20, 2022
Foto: Sven Hoppe/Pool/AFP

O papa emérito Bento XVI teria acobertado casos de pedofilia na Alemanha, segundo um relatório independente publicado nesta quinta-feira (20). “Ele havia sido informado sobre o que aconteceu”, disse o advogado Martin Pusch, um dos responsáveis pela investigação, em entrevista coletiva em Munique. As acusações contra Bento XVI são de que ele não teria agido para impedir que um padre abusasse de quatro meninos na época em que foi arcebispo de Munique e Freising, entre 1977 e 1982. “Acreditamos que ele pode ser acusado por má-conduta desses quatro casos”, disse Pusch. “Os abusadores continuaram com suas atividades pastorais.” O papa emérito, de 94 anos, que abandonou o cargo em 2013, nega qualquer alegação de que tivesse conhecimento sobre os abusos. “Ele [Bento] alega que não tinha conhecimento dos fatos, mas nós acreditamos que não é bem assim, de acordo com o que descobrimos”, afirmou o advogado.

Maior telescópio do mundo é lançado para o Espaço

dezembro 25, 2021

© Ansa Brasil James Webb promete revolucionar pesquisa espacial

(ANSA) - Foi lançado na manhã deste sábado (25), do centro espacial da Guiana Francesa, o foguete Ariane 5 com o maior e mais caro telescópio do mundo, o James Webb.

Após 30 anos de produção, e vários adiamentos no lançamento, o equipamento é fruto da parceria entre os norte-americanos da Nasa, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Canadense (CSA).

O voo deve durar cerca de 27 minutos até entrar em sua órbita final, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

Identificado pela sigla JWST (James Webb Space Telescope), ele promete revolucionar o entendimento humano sobre o Espaço e a formação das galáxias, pois tem a capacidade de observar a luz infravermelha, que é invisível ao olho humano.

Segundo os especialistas, vendo via infravermelho, será possível identificar as primeiras estruturas do Espaço, frutos do Big Bang.

A ideia é que ele seja o sucessor do telescópio Hubble, lançado no início da década de 1990, e que levou a inúmeras descobertas sobre as galáxias.

O Hubble ainda está em funcionamento e a Nasa estima até que ambos, mesmo com tecnologias muito diferentes, podem trabalhar em conjunto em determinados locais. (ANSA).

https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/maior-telesc%C3%B3pio-do-mundo-%C3%A9-lan%C3%A7ado-para-o-espa%C3%A7o/ar-AAS8sjR?ocid=msedgdhp&pc=U531

Situação da Covid-19 no Brasil é “profundamente preocupante”, diz diretor-geral da OMS

março 13, 2021

O estado da pandemia da Covid-19 no Brasil é muito preocupante e medidas sérias precisam ser tomadas para lidar com o aumento de casos e mortes no país, afirmou o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

“A menos que medidas sérias sejam tomadas, a tendência de alta, agora sobrecarregando o sistema de saúde e superando sua capacidade, resultará em mais mortes”, disse o diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele disse que todas as partes interessadas devem levar a situação a sério, acrescentando que os países vizinhos podem ser afetados.

“A situação é profundamente preocupante e as medidas que devem ser tomadas devem ser as mais sérias possíveis”, disse Tedros.

Fonte: Infomoney



Irã executa por enforcamento o jornalista e opositor Ruhollah Zam

dezembro 12, 2020

O Irã executou neste sábado o opositor Ruhollah Zam, que morou por anos como exilado na França, após a confirmação da condenação à morte por seu papel nos protestos contra o governo de Teerã em 2017 e 2018.

"O contrarrevolucionário" Zam foi enforcado durante a manhã, após a confirmação de sua sentença pela Suprema Corte devido à "gravidade dos crimes" cometidos contra a República Islâmica, anunciou a televisão estatal.

O principal tribunal do país havia confirmado a pena de Zam na terça-feira.

O porta-voz da Autoridade Judicial, Gholamhosein Esmaili, afirmou no dia 8 de dezembro que o Supremo Tribunal havia se pronunciado "há mais de um mês" sobre o caso de Zam e confirmado o "veredicto (anunciado em junho pelo) tribunal revolucionário" de Teerã.

A União Europeia (UE) condenou "nos termos mais enérgicos" a execução de Zam e recordou sua "oposição irrevogável" ao uso da pena de morte em qualquer circunstância.

"É imperativo que as autoridades iranianas defendam o direito ao devido processo dos acusados e acabem com a prática de utilizar confissões exibidas na televisão para estabelecer e promover sua culpa", afirmou em um com comunicado o gabinete do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RFS) expressou "indignação" com a execução de Ruhollah Zam.

Em uma mensagem no Twitter, a RSF, que acompanhava de perto o caso do opositor, indicou que "desde 23 de outubro havia alertado sobre a iminência da execução" à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A RSF acrescenta que está "indignada que o Poder Judiciário iraniano e o patrocinador deste ato @ali_khamenei tenham cumprido a sentença", mencionando o líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que chamou Zam de "jornalistas e dissidente", criticou durante a semana a confirmação da sentença. De acordo com a AI, a República Islâmica recorre cada vez mais à "pena de morte como arma de repressão", o que chamou de "espantoso". 

Zam viveu no exílio na França durante vários anos, antes de ser detido pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, em circunstâncias obscuras. 

A detenção foi anunciada em outubro de 2019, mas o Irã não explicou onde e quando aconteceu. A justiça acusou o opositor, que tinha 47 anos, de estar "dirigido pelo serviço de inteligência francês" e ser apoiado pelos serviços secretos dos Estados Unidos e de Israel.

"Corrupção na terra"

Em uma carta enviada ao presidente francês Emmanuel Macron, a qual a AFP teve acesso, a coalizão de opositores iranianos democratas laicos no exílio Hamava pediu ao chefe de Estado que expulse o embaixador do Irã na França.

Zam, que tinha o status de refugiado na França, dirigia um canal (AmadNews) na plataforma de mensagens Telegram. Ele foi condenado por desempenhar um papel ativo, com o canal, nos protestos do fim de 2017 e início de 2018.

Ao menos 25 pessoas morreram nos distúrbios que afetaram dezenas de cidades iranianas entre 28 de dezembro de 2017 e 3 de janeiro de 2018. 

Teerã descreveu o movimento de protesto contra o elevado custo de vida como uma "sedição", que rapidamente ganhou um caráter político.

Atendendo um pedido das autoridades iranianas, o Telegram encerrou o AmadNews, que tinha quase 1,4 milhão de seguidores. Teerã acusou o canal de "incitar a violência".

O processo de Zam começou em fevereiro. Em junho, o opositor foi declarado culpado de todas as acusações apresentadas: "corrupção na terra", uma das acusações mais graves na República Islâmica - que pode ser punida com a pena capital -, "delitos contra a segurança interna e externa do país, espionagem para os serviços de inteligência franceses e insulto ao caráter sagrado do islã".

Com pelo menos 251 execuções em 2019, o Irã é o segundo país que mais recorre à pena capital, atrás apenas da China, de acordo com o mais recente relatório mundial sobre a pena de morte da Anistia Internacional.

Fonte: O Tempo
https://www.otempo.com.br/mundo/ira-executa-por-enforcamento-o-jornalista-e-opositor-ruhollah-zam-1.2424203

Ativista Greta Thunberg está em isolamento após sentir sintomas do coronavírus

março 25, 2020

Em sua rede social, Greta Thunberg contou que ficou em isolamento por duas semanas ao apresentar sintomas do novo coronavírus. 

A ativista disse que ela e o pai começaram a sentir os sintomas há pelo menos 10 dias.

“Eu estava me sentindo cansada, tendo calafrios, dor de garganta e tossindo. Meu pai teve os mesmos sintomas, mas muito mais intensos e com febre”, revelou Greta.

Além disso, a ativista disse que optou pelo isolamento, pois na Suécia o teste para o COvid-19 só é feito caso a pessoa precise de tratamento médico.

“Não fiz o teste para Covid-19, mas é extremamente provável que eu tenha tido, dados os sintomas e as circunstâncias combinadas”, explica.

“Eu quase não me senti mal. Minha última gripe foi muito pior do que isso! Se não fosse por outra pessoa com o vírus simultaneamente, eu poderia nem suspeitar de nada. Então, eu teria pensado que estava me sentindo mais cansada que o normal e com um pouco de tosse”, descreve.

Thunberg aproveitou para chamar a atenção dos mais jovens quanto a gravidade da doença, já que os sintomas costumam ser mais brandos e as vezes imperceptíveis em determinadas idades.

“Muitos [especialmente jovens] podem não notar nenhum sintoma ou ter sintomas muito leves. Então, eles não sabem que têm o vírus e podem transmiti-lo a pessoas em grupos de risco. Nós que não pertencemos a um grupo de risco temos uma enorme responsabilidade. Nossas ações podem ser a diferença entre vida e morte para muitos outros”, alertou.


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The last two weeks I’ve stayed inside. When I returned from my trip around Central Europe I isolated myself (in a borrowed apartment away from my mother and sister) since the number of cases of COVID-19 (in Germany for instance) were similar to Italy in the beginning. Around ten days ago I started feeling some symptoms, exactly the same time as my father - who traveled with me from Brussels. I was feeling tired, had shivers, a sore throat and coughed. My dad experienced the same symptoms, but much more intense and with a fever. In Sweden you can not test yourself for COVID-19 unless you’re in need of emergent medical treatment. Everyone feeling ill are told to stay at home and isolate themselves. I have therefore not been tested for COVID-19, but it’s extremely likely that I’ve had it, given the combined symptoms and circumstances. Now I’ve basically recovered, but - AND THIS IS THE BOTTOM LINE: I almost didn’t feel ill. My last cold was much worse than this! Had it not been for someone else having the virus simultainously I might not even have suspected anything. Then I would just have thought I was feeling unusually tired with a bit of a cough. And this it what makes it so much more dangerous. Many (especially young people) might not notice any symptoms at all, or very mild symptoms. Then they don’t know they have the virus and can pass it on to people in risk groups. We who don’t belong to a risk group have an enormous responsibility, our actions can be the difference between life and death for many others. Please keep that in mind, follow the advice from experts and your local authorities and #StayAtHome to slow the spread of the virus. And remember to always take care of each other and help those in need. #COVID #flattenthecurve
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Ao menos 175 menores foram abusados por membros de congregação católica

dezembro 22, 2019
Relatório mostra que padres da divisão eclesiástica Legionários de Cristo, inclusive seu fundador, abusaram de crianças e adolescentes por mais de 70 anos
Por Machado da Costa - Atualizado em 22 dez 2019, 13h35 - Publicado em 22 dez 2019, 13h29

O fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, recebe a bênção do Papa João Paulo II, em 30 de novembro de 2004 Tony Gentile/Reuters
Pelo menos 175 menores de idade foram vítimas de assédios sexuais cometidos por membros dos Legionários de Cristo entre 1941 e 2019, 60 deles por seu fundador Marcial Maciel, de acordo com um relatório interno da poderosa congregação ligada à Igreja Católica divulgado no sábado. Os abusos foram cometidos por 33 religiosos, sacerdotes ou diáconos, de acordo com o relatório elaborado pela “Comissão de casos de abuso infantil do passado e atenção às pessoas envolvidas” e que abrange desde a fundação da congregação, em 1941, até 16 de dezembro deste ano. “A maioria das vítimas eram crianças adolescentes com entre 11 e 16 anos”, detalha o relatório divulgado no site zeroabusos.org.
A divisão eclesiástica, considerada uma das mais conservadoras linhas dentro do Vaticano, passou a ser investigada após denúncia de Jose barba, um ex-membro da congregação. Em depoimento de 2014, ele afirmou que o Papa João Paulo II tentou encobrir o escândalo. Barba contou que enviou “uma tonelada e meia” de documentos à Igreja para que a Cúria tomasse conhecimento dos abusos e investigasse à congregação. No entanto, nada foi feito até a morte do Papa, em 2005. As primeiras denúncias surgiram ainda em 2004. A canonização de João Paulo II, segundo Barba, seria a “epítome do encobrimento”, pois refletiria “um enorme desejo de deixar a questão de lado e esquecer Maciel”. O sucessor de João Paulo II, o Papa emérito Bento XVI, determinou uma investigação por parte do Vaticano em 31 de março de 2009, cerca de um ano após a morte de Maciel.
Papa Bento XVI determinou investigação contra os Legionários de Cristo em 2009 Lena Klimkeit/Getty Images
A publicação deste relatório, que comprova a existência de estupros contra crianças e adolescentes, acontece após o papa Francisco eliminar o segredo pontifício para as denúncias de abuso sexual, um pedido das vítimas que garantirá maior transparência diante de uma realidade escandalosa que desacreditou a Igreja Católica. A congregação, fundada em 1941 pelo mexicano Maciel (1920-2008), argumenta que avançou junto a 45 das vítimas num processo de “reparação e reconciliação”, embora reconheça a necessidade de facilitar esse processo para outras.
Dos 33 padres que cometeram abusos, sem considerar Maciel, 18 ainda fazem parte da congregação, mas estão afastados de obras públicas ou que envolvam contato com menores. O relatório mostra também que, desses 33 padres acusados de abusarem de menores de idade, 14 deles foram vítimas na própria Congregação, o que evidencia a existência de “cadeias de abuso” onde “a vítima de um legionário, com o passar dos anos, se tornou agressor”.
“Nesse sentido, é emblemático que 111 dos menores abusados na Congregação tenham sido vítimas de Maciel, ou de uma de suas vítimas”, afirmou. A comissão, criada em 20 de junho pelo superior geral dos Legionários de Cristo, padre Eduardo Robles-Gil, afirmou que “não acredita que seu estudo tenha sido capaz de descobrir todos os casos”, uma vez que ocorrem no ocultismo.
(Com AFP)

Papa admite que freiras foram abusadas sexualmente por padres e bispos

fevereiro 06, 2019
Papa admite que freiras foram abusadas sexualmente por padres e bispos

O Papa Francisco admitiu, ontem (5), que padres e bispos abusaram sexualmente de freiras. A declaração foi feita no avião durante a volta dos Emirados Árabes Unidos para à Itália. Na fala, que foi feita após uma pergunta de um repórter, o pontífice disse ainda que é possível encontrar registros dos abusos em "todas as partes". Ele ressaltou, entretanto, que os casos estão mais presentes em "algumas congregações novas e em algumas regiões". Sem mencionar nomes, nem países, Francisco disse que a igreja Católica suspendeu vários clérigos, "que foram despedidos por esta causa". "Não sei se o processo (canônico) terminou, mas também dissolvemos algumas congregações femininas que estiveram muito vinculadas a essa corrupção", acrescentou o Santo Padre.

(metro 1)
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