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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu aval a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor chapa com Geraldo Alckmin para disputar a presidência nas eleições deste ano. O grupo, sempre aliado do partido dos trabalhadores, também afirmou que apoiará a campanha do ex-presidente de qualquer maneira.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o coordenador nacional do MST e interlocutor de Lula, João Paulo Rodrigues, resgatou a atuação de Alckmin como vice do ex-governador de São Paulo Mario Covas, de 1995 a 2001. Segundo ele, o então tucano seguiu a linha de Covas e não perseguiu o movimento.
Já durante seu primeiro mandato enquanto governador (2001-2006), Alckmin manteve o diálogo com o MST, apesar de não ter tido avanço nos processos de assentamento dos sem-terra. Também recebia integrantes no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, para encontros e cerimônias ligadas à reforma agrária, bandeira defendida pelo grupo.
Em entrevista concedida aos “sites independentes” na quarta-feira (19), o ex-presidente disse que não busca alianças ideológicas neste momento, e que Alckmin, atualmente sem partido, pode compor alianças em prol de uma campanha visando a vitória para presidente e projetos estratégicos, como a reforma tributária. Isso, no entanto, vai depender para qual legenda o ex-governador de São Paulo irá se filiar.
“Eu espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não, porque me parece que ele se decidiu fazer oposição definitiva não apenas ao Bolsonaro, mas ao dorismo aqui em São Paulo”, disse Lula.
O ex-presidente ironizou ainda a preocupação em torno da escolha do vice, rememorando que “nem ele, nem Alckmin” falam sobre a questão. “Por uma razão simples: o Alckmin saiu do PSDB e não se definiu para que partido ele vai – ele é um homem que não tem partido hoje. E eu não defini a minha candidatura – então não pode ter nem candidato nem vice”. Apesar disso, logo em seguida Lula sugeriu “não ser candidato para ser protagonista, mas para vencer as eleições no momento em que o Brasil está infinitamente pior do que em 2003, quando tomei posse.”