RESUMO DA NOTÍCIA
- Ele levou a filha até o hospital para fazer o procedimento, mas mudou de ideia
- Exame de DNA será realizado após nascimento para descobrir quem estuprou a criança
Após levar a filha grávida aos dez anos para realizar um aborto em um hospital de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, um homem mudou de ideia e não autorizou a interrupção da gestação. Ainda não se sabe quem estuprou a menina.
O caso é investigado pela Polícia Civil de Tarauacá, cidade onde a menina vive com o pai e com a irmã de 12 anos. De acordo com o Conselho Tutelar da cidade, o pai chegou a autorizar o aborto, mas depois disse que foi forçado a assinar o documento. Ele passou três dias conversando com a equipe médica do hospital.
Além do Conselho Tutelar, o caso é acompanhado pelo Tribunal de Justiça e pelo Ministério Público do Acre (MP-AC). Em entrevista ao portal de notícias G1, o conselheiro tutelar Antônio de Souza Castro nega que o homem tenha sido forçado a assinar o documento:
"Ele não foi forçado, ele foi orientado dos riscos e levou 24 horas para assinar esse documento, por isso que deu esse protocolo, essa demora, ele não queria assinar no primeiro dia."
Rafael Gomes, diretor do hospital de Cruzeiro do Sul, afirma que a garota está grávida de cinco meses. Exames atestam que ela está saudável, assim como o bebê. Como ela é muito nova, o parto precisa acontecer antes de a gravidez chegar a 41 semanas:
“Ela, com 34 semanas, deve retornar para Cruzeiro do Sul para que a gente possa fazer a cirurgia cesária, e tentar fazer com que aconteça tudo da melhor forma possível. Como ela tem uma idade bem inferior à de outras grávidas, até mesmo para a gente ter uma segurança maior para a criança e para o bebê que ela espera, o procedimento deve ser esse.”
O parto precisará acontecer em Cruzeiro do Sul porque, além de ser muito nova, a menina sofre de epilepsia. O hospital de Tarauacá não tem estrutura para evitar os riscos que o procedimento oferece nessa situação.
O caso veio à tona através de uma postagem da vereadora de Tarauacá Janaína Furtado (Rede) no Facebook. Ela afirma que um exame de DNA após o nascimento da criança vai determinar quem estuprou a menina.